GRAVURAS DE ALQUIMISTAS
Michel Maier no livro 'Símbolos da mesa áurea
das doze nações. Ou seja, a festa hermética ou de mercúrio, celebrada
conjuntamente por doze heróis em virtude dos hábitos, sabedoria e a autoridade
da arte da alquimia, [...] para restituir aos artistas a honra e a fama devido
aos seus merecimentos, onde se demonstra a permanecia da arte e sua invicta
veracidade', publicado no ano de 1617, propôs um tipo de organização histórica
da alquimia, sem naturalmente pretender determinar a sua história real.
O que este autor
pretendeu foi mostrar uma corrente iniciática dos mestres da alquimia que
abrange desde Hermes Trimesgisto até Sendivogius (o personagem anônimo) os
quais os relacionava às lendas que rodeavam estes personagens para encontrar os
seus ensinamentos.
Com a finalidade de
ensinar o autêntico sentido da alquimia, Maier compilou o testemunho de doze
adeptos, cada um deles identificado com uma nação e uma tradição espiritual.
Com emblemas que recriavam uma história imaginária, Maier ensinou que na
unidade de todas as tradições se encontrava o segredo da realização alquímica.
Hermes
Trimegisto
A primeira imagem dos
doze filósofos corresponde a quem se considera o pai da arte alquímica,
representante de Egito, berço da sabedoria. A alquimia era conhecida como
filosofia hermética.
'O
sol é o pai e a lua sua mãe, na união sua união o fogo constitui o terceiro
agente. A esfera armilar lembra que a obra é a geometria do infinito'
Maria
Uma representação da
tradição hebréia é o segundo elo da corrente dos sábios fundada por Hermes.
Miriam, a irmã de Moises, se integrou igualmente este grupo alquímico, do qual
é uma da suas glórias.
'Os
vapores que sobem e descem por entre os recipientes significam o processo
circular de Dissolução e Fixação que precedem o nascimento da Quintessência:
cinco flores em um mesmo galho'
Demócrito
O terceiro dos doze
alquimistas pertence ao povo grego, ainda apreendeu sua arte em Egito.
Demócrito estalava em uma estrondosa risada diante os vãos princípios da mente
humana.
'Para privar o corpo denso da sua sombra móvel, os remédios ígneos serão um recurso seguro. Isto
é o que faz Vulcano trabalhar com o fogo. Também saem os espíritos e só fica a
pureza do coração'
Morieno
Um eremita do século
VII representa à nação romana, é conhecido por ter sido o mestre do rei Calid.
No seu discurso a Calid descobre toda a arte, ainda que para o ignorante
permaneça bastante misterioso.
'Toma
aquilo que pisas com os pés, pois de outra maneira, se tentas te elevar sem
escada, cairás de cabeça'
Avicena
O representante da
cultura árabe na mesa da áurea sabedoria é Avicena. Os antigos tem chamado a
Avicena 'o grande príncipe' pelas célebres riquezas que lhe propiciaram suas
curas. Difundiu pelo mundo os segredos do magistério e semeou seus escritos com
belos símbolos.
'Une
à águia voadora o sapo terrestre e contemplarás então o magistério de nossa
arte'
Alberto
o grande
O primeiro
representante das nações européias na corrente hermética é o alemão Alberto o
grande, século XIII. Deu aulas em numerosas universidades e foi o bispo de
Ratisbona.
'Os
que têm escrito concordaram, disse ele, em um ponto: O do hermafrodita, dotado
de dois sexos. Mistério do Y'
Arnaldo
de Vilanova
O sétimo elo da
corrente de sábios alquimistas o ocupa um catalão que morou um longo período na
França, nação que ele representa. Era muito ilustrado em medicina, em química e
na ciência dos astros, o que o testemunham numerosos escritos.
'Nosso
filho verá o dia, nascido dos amores de Gabriel e Beya, unidos pelo matrimonio.
O anel representa o fogo dos filósofos que roda como o ano ou o universo'
Tomás
de Aquino
O italiano é o oitavo
comensal da mesa áurea. Célebre pela sua doutrina no mundo inteiro, Tomas foi
chamado doutor angélico. Alberto o grande foi seu mestre.
'O
mercúrio misturado ao seu próprio enxofre, imitando a natureza, reproduz todos
os metais. O calor da obra vem do céu'
Ramon
Lulio
É o representante de
Espanha na transição dos mistérios alquímicos segundo o esquema de Maier. Lulio
reconhecia que foi educado por Arnaldo e foi seu continuador na tradição
alquímica.
'A
criança representa ao filho do filósofo. Quando este se junta com sua mulher, o
macho produz o corpo da criança'
Roger
Bacon
O décimo protagonista
da série dos grandes alquimistas é o inglês Bacon. Foi um monge que ensinou em
Oxford.
'Quando
dês equilíbrio aos pesos dos elementos, presentes serão oferecidos aos teus
olhos. União do fogo e a água, com o fiel conectado ao céu'
Melchior
Cibinensis
O undécimo elo: No país
húngaro se celebra a Melchior: ainda foi um sacerdote, promulgou a oração; tem
escrito a pedra sob a forma de uma missa. Uma virgem que dá a luz.
'Esta pedra de leite
pura deve ser sustentada como um bebê frágil, em primeiro lugar amamentando. A
criança deve crescer'
O
anônimo Sármata
A última cadeira dos
doze representantes da alquimia está reservada a um autor oculto, indicando com
isso que em todo tempo pode manifestar-se e que a corrente hermética sempre
está viva.
‘Saturno
umecta, disse, a terra na qual nascem suas flores, Ó Febus! E as da errante
Lua.
Texto extraído da Revista ARSGRAVIS
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