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MMSorge

Tradutor Universal


quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

A ENCARNAÇÃO DE JESUS CRISTO - SOBRE O SONO DE ADÃO - CAPITULO 6


A Encarnação de Jesus Cristo
Jacob Boehme


Nota Do Blog:
Iniciaremos no blog O Sol Interno um estudo sobre algumas obras de Jacob Boehme, O filosofo alemão inspirado por Deus. Abriremos um tópico exclusivo chamado Jacob Boehme para aqueles que se interessarem em aprofundar seus estudos sobre sua doutrina e vida. No final de cada capítulo abordado colocaremos sempre um link para download do livro citado na matéria postada.

Jacob Boehme foi mais do que um simples homem, foi um ser que enxergou com a pureza de seu coração os mistérios que envolem Deus, a santíssima trindade e toda a manifestação de sua criação.

Que aos poucos e de forma constante a força e luz cristica possa tocar nossas almas como tocou a alma deste ser especial.



Paz Profunda 
FIAT LUX
PAX

Namastê

***

Continuação:

CAPÍTULO VI

Sobre o sono de Adão; como Deus fez, a partir dele, uma mulher; como ele se tornou inteiramente terrestre; como Deus, através da maldição, retirou dele o Paraíso


1. Quando o homem está exausto e esgotado, ele cai no sono, como na magia. É como se ele não estivesse neste mundo, pois todos as suas percepções sensoriais cessam, a roda das essências entra num estado de repouso, é como se o homem fosse essencial e não substancial. Ele assemelha-se unicamente à magia, pois nada sabe sobre seu corpo; ele deita-se como se estivesse morto, sem estar morto; seu espírito tranqüiliza-se. As essências satisfazem-se e só o espírito da alma enxerga. Então é revelado, no espírito sideral, tudo aquilo que o céu astral traz consigo, sendo colocado magicamente na mente, como em um espelho, no qual o espírito do grande mundo observa e conduz o que vê no espelho para as essências; as essências emergem ali, como se concluíssem seu trabalho no espírito; as essências, mais que nada, emanam suas obras no espírito, como sonhos e prefigurações.

2. Devemos reconhecer, então, que quando a terrenidade lutou com Adão e ele colocou nela a sua imaginação, foi prontamente infectado, tornando-se obscuro e feroz em sua alma; pois a terrenidade começou a ser operativa, como uma água que começa a ferver; a fonte astral manifestou-se, passando a ser senhora do corpo. Moisés disse verdadeiramente: “Deus fez com que um sono profundo caísse sobre Adão”. Ou seja, tendo em vista que sua Vontade-Espírito desejou a terrenidade, Deus o deixou cair. Pois com seu desejo ele introduziu a terrenidade na essencialidade celeste, e isto o Espírito de Deus, que é um Espírito de luz, não pôde aceitar. O espírito de Adão era uma criatura, que abandonou o amor-espírito de Deus. Certamente, Ele não o abandonou por vontade própria, mas a terrenidade já o havia capturado. Quando Ele o abandonou, este afundou-se numa falta de poder, caindo no poder do terceiro Princípio, ou seja, das estrelas e dos quatro elementos; o homem foi envolvido na magia terrestre. Mas ele não se tornou totalmente terrestre; ele permanece no mistério, oculto entre o reino de Deus e o reino deste mundo, já que os dois Fiat, o divino e o terrestre, estavam ativos em nele; os dois reinos, o reino de Deus e o reino do inferno, encontravam-se agora em conflito por causa do homem. Se o precioso nome de Jesus, não tivesse sido imprimido em Adão, mesmo antes de sua criação, na essencialidade de Deus, onde estava a Virgem da sabedoria de Deus, onde Adão foi criado, ele ainda estaria, com certeza, dormindo, na morte terrestre.

3. Esta é a razão pela qual o segundo Adão, o Cristo, teve que descansar até o terceiro dia na terra, no sono do primeiro Adão, e fazer ressurgir o primeiro Adão fora da terrenalidade. Pois o Cristo também tinha uma
alma e um espírito proveniente de Adão, e o Verbo precioso da Divindade, com o Espírito de Deus manifestou-se novamente na carne de Cristo a essencialidade morta do súlfur, ou o corpo que estava morto em Adão, restaurando-o no poder da Majestade de Deus; ali, todos nós fomos restaurados!

4. Todos aqueles que pela fé e desejo penetram a carne e o sangue de Cristo, em sua morte e repouso na terra, todos estes florescem em espírito e vontade na Essencialidade divina, e são uma bela flor na Majestade de Deus. Deus, o Verbo eterno e o poder, irá manifestar em si, no último dia, através de Seu Espírito, o corpo morto, o qual em Adão havia caído no poder da terra. Pois a alma e a carne de Cristo, que são também nossa alma e carne, ou seja, a parte que Adão recebeu da divina Essencialidade, contém Deus em si, e na morte de Cristo separou-se da natureza terrestre e elevou-se, introduzindo-se na Essencialidade divina, como era antes dos tempos, e como era em nós, em Cristo e por Cristo. Há em nós, hoje em dia, uma falta de rendição ou submissão tão grande, o que nos torna vulnerável ao demônio; pois nossa morte foi dissolvida, nosso sono tornou-se vida, em Cristo, por Cristo em Deus, e por Deus na eternidade, sendo que nosso fundamento passou ao não fundamento, ou seja, para a Majestade, sem a natureza do fogo.

5. Ó, cegueira, que não permite conhecermos a nós mesmos! Ó, tu, homem puro! Se conheceste a ti mesmo, quem és, como te regozijaria! Expulsarias o demônio, ele que luta, dia e noite, para tornar nossa mente terrestre, a fim de que não reconheçamos nossa terra verdadeira e nativa, a qual abandonamos! Ó miserável e corrupta Razão, se percebestes senão uma faísca de tua glória primordial, como lutaria por ela! Quão graciosa é a face da Essência Divina! Quão doce é a água da vida eterna, que jorra da Majestade de Deus! Ó preciosíssima Luz, uma vez que te manifestastes, destrua o poder do demônio, que nos mantém cativo! Interrompa o poder do Anticristo e da inveja, e livrai-nos do mal! Desperta-nos, Senhor; temos dormido por um longo período, na armadilha do demônio, na fonte terrestre! Permita vermos, uma vez mais, a tua salvação, manifesta a nova Jerusalém! É dia, por que devemos dormir durante o dia? Venha, tu que rompes a morte, tu poderosa heroína e campeã, destrua o reino do demônio na terra! Dai-nos (a teu Adão doente) mais um alimento de Sion, para que possamos nos revigorar e voltar à nossa verdadeira e nativa terra! Vejam, todas as montanhas, colinas e vales estão repletos da glória do Senhor: Ele germina como uma planta, quem poderia impedi-lo? Aleluia!

6. Ora, quando Adão adormeceu, posicionou-se no mistério, como nas maravilhas de Deus; o que Ele fez com Adão estava feito. Assim, o nome impresso de Jesus colocou o Fiat em movimento, em duas formas, ou seja, na tintura do fogo e na tintura da água. Pois esta primeira imagem havia caído sob o poder do nome de Jesus, no Verbo da vida, e agora o Verbo da vida era o segundo criador (compreende, com o nome impresso de Jesus, que se tornaria homem). Este segundo criador separou as duas tinturas, a do fogo e a da água, uma da outra, não em poder, mas em essência; pois na essência da tintura da luz encontrava-se o sulphur veneris do amor, ao qual Adão estava destinado e que o fazia capaz de se tornar fecundo. A tintura do fogo fornecia a alma e a tintura da luz fornecia o espírito, como uma imagem de acordo com a imagem exterior. O fogo-vida desejava a luz-vida, e a luz-vida desejava o fogo-vida, ou seja, desejava o poder essencial de onde brilha a luz; tal posição era uma em Adão, pois ele era homem e mulher. E o Verbo da vida tirou de Adão, a tintura de Vênus com o Fiat celeste e terrestre, tirou também uma costela de seu lado, e a meia-cruz T na cabeça, que é a marca da Santíssima Trindade, estampada com o Verbo da Vida, assim como o severo nome de Deus, que possuía a mesma caracterização. T indica a cruz de Cristo, na qual iria padecer a morte e regenerar Adão, e no nome de Jesus, introduzi-lo na Santíssima Trindade. O Fiat tomou tudo isso para si, com todas as essências da qualidade humana, da mesma forma que a propriedade do fogo da alma, mas na tintura de Vênus, não de acordo com o poder do centro; e dividiu inteiramente a forma do homem.

7. Assim foi feita a mulher, com todos os membros e propriedades femininas, as mesmas que ela ainda possui; pois o espírito majoris mundi tinha agora o Fiat mais forte, e figurou a mulher de acordo com esta forma. Pois a forma angélica havia partido; a geração passaria a ocorrer de forma animal. Desta forma, também foi dado à Adão, tendo em vista que ele havia caído no poder da magia terrestre, uma forma animal e a imagem de membros masculinos; a geração de Adão foi atribuída ao Fiat, que fez dele mesmo uma semelhança. Se sua mente tivesse permanecido celeste, ele poderia ter criado a si mesmo, de forma celeste. Esta geração foi feita então pelo Fiat terrestre e seu corpo exterior tornou-se um animal; ele perdeu também a compreensão celeste e a virtude do Todo-Poderoso.

8. Assim, caro leitor, deves saber que Cristo, o segundo Adão, não sofreu em vão a sua crucificação e a perfuração do lado direito pela lança, e nem seu sangue foi derramado em vão. Temos aqui a chave. Adão foi aberto em seu lado direito, junto à sua costela para a formação da mulher. Neste mesmo lado deve surgir a lança de Longines, com a cólera de Deus, pois ela penetrou Adão e através da terrenidade de Maria, também penetrou o lado de Cristo, e o sangue de Cristo tinha que extinguir a cólera e afastá-la do primeiro Adão; pois o segundo Adão tinha também o sangue celeste, e este tinha que extinguir a turba terrestre, a fim de que o primeiro Adão pudesse ser feito completo novamente.
9. Que seja dito a vós, filhos dos homens, pois isto foi conhecido na santíssima trindade, e não em opiniões e conceitos. A sua alma e o seu corpo estão em risco. Cuidado com o que fazes.

10. Teve início, então, a reprodução humana de forma animal. Pois Adão reteu o limbos, e sua Eva a matriz de Vênus, enquanto as tinturas haviam se separado. Ora, cada tintura é uma mágica completa, como um desejo ardente, no qual nasce o centrum naturae, no súlfur. Então a mágica desejosa, com a tintura, é novamente encontrada no súlfur, e ainda assim não pode se ater à vida, a menos que a tintura do fogo penetre a tintura de Vênus. A tintura de Vênus é incapaz de despertar um fogo, pois é muito fraca. Não podendo estar no fogo e visto que, ao mesmo tempo, as duas tinturas desejam a vida, tem início o violento desejo do homem e da mulher, sendo que um deseja misturar-se com o outro; pois a força das essências deseja ser vital, e a tintura impele ali e também o deseja. Pois a tintura pertence à vida eterna, mas está encerrada na substância. Assim, ela deseja viver como vivia desde a eternidade; portanto, o homem deseja a matriz da mulher e a mulher deseja o limbos do homem.

11. A mulher tem uma tintura aquosa e o homem uma tintura ígnea. O homem semeia a alma, a mulher semeia o espírito e ambos semeiam a carne, ou seja, o súlfur. Desta forma o homem e a mulher são um corpo, e os dois produzem um filho; portanto, eles devem permanecer juntos, se alguma vez se fundiram, pois eles se tornaram um corpo. Mas aquele que se funde com outros, ou que se separa, quebra a ordem na natureza, assemelham-se a uma besta bruta, e não consideram que em sua semente reside a tintura eterna, onde está oculta a essencialidade divina, que neste caso será despertada na parte colérica. Além do mais, esta fornicação é uma obra que segue a sombra do homem, e no final desperta sua angústia na consciência. Pois a tintura na semente, tem sua origem na eternidade; ela é imperecível, aparece na forma de espírito e penetra na mágica do homem, de onde o homem a produziu e a manifestou.

12. Note isto, prostitutas e libertinos: o caminho que segues em segredo, freqüentemente com grande duplicidade, penetra a sua consciência e transforma-se para vós um verme mal e roedor. A tintura é um ser eterno e gostaria de viver no amor de Deus. Mas se, sob o impulso da região astral, através da infecção do demônio, tu a colocas num vaso falso e impuro, na abominação e na desordem, dificilmente irá conter o amor de Deus; ao contrário, passa desejando o primeiro lugar, em ti. Se a tintura se tornou falsa, num falso vaso, não podendo repousar, ela irá te corroer e trazer o abismo infernal para a consciência. Não se trata de ficção ou brincadeira. Não seja, portanto, totalmente animal; pois um animal toma sua tintura unicamente deste mundo, mas tu a toma da eternidade. O que é eterno não morre. Ainda que tu corrompas o súlfur, ainda assim a vontade espírito no súlfur penetra a nobre tintura no mistério, e cada mistério toma aquilo que lhe pertence. E no último dia, quando o Espírito de Deus irá se movimentar em todos os três Princípios, o mistério será revelado: ali verás tuas boas obras.

13. Assim a grande misericórdia de Deus com relação à raça humana é altamente reconhecida por nós; pois Deus quis ajudar o homem. Se, ao contrário, Deus tivesse desejado a propriedade animal, ele teria criado imediatamente e logo de início, um macho e uma fêmea; não teria feito um ser único, equipado com as duas tinturas. Mas Deus conhecia bem a queda do homem, assim como a fraude do demônio, que através de Eva fora transformado em escárnio. Quando Adão caiu e adormeceu, o demônio pensou: Agora sou senhor e príncipe da terra; mas a semente da mulher era para ele um obstáculo.

14. Devemos compreender o despertar de Adão. Ele adormeceu para o mundo celeste, e despertou para o mundo terrestre. O espírito do grande mundo o despertou. Então ele viu a mulher, e sabia que ela era sua carne e seu osso, pois a Virgem da sabedoria de Deus ainda estava nele. Ele olhou para ela e colocou sua imaginação ou desejo nela, já que continha a sua matriz, mais que tudo, a tintura de Vênus; imediatamente, uma tintura buscou a outra. Portanto, Adão a tomou para si e disse: Ela será chamada mulher, pois ela foi tirada do homem. Não se deve considerar Eva como uma virgem pura, assim como nenhuma de suas filhas. A turba destruiu a virgindade, e tornou o amor puro, em terrestre; o desejo terrestre destrói a verdadeira virgindade. A sabedoria de Deus é uma virgem pura, na qual o Cristo foi concebido e num verdadeiro e virgem vaso tornou-se homem, como veremos mais adiante.

15. Da mesma forma, a virgem terrestre não poderia permanecer no Paraíso. Embora, o homem e a mulher ainda estivessem no Paraíso, e ambos ainda possuíssem a natureza paradisíaca, mesmo que esta estivesse misturada com a ânsia terrestre. Eles estavam nus, e tinham seus membros bestiais para a procriação, mas eles ainda não conheciam estes órgãos e nem estavam envergonhados; pois o espírito do grande mundo não dominava sobre eles, antes de comerem o fruto terrestre. Então seus olhos foram abertos, pois a Virgem celeste da sabedoria de Deus retirou-se deles; Primeiro, eles conheceram o reino das estrelas e dos elementos. Quando o espírito de Deus se foi, o espírito terrestre na fonte fervente e feroz penetrou. Neste instante o demônio foi aceito, infectando e conduzindo-os à cólera e à malícia, como ocorre ainda em nossos dias. Pois a ira de Deus, que surge da Natureza eterna, e a qual o demônio acendeu e despertou, permaneceu no centro terrestre. Nenhuma vida pode nascer sem que o centro seja despertado; pois o Princípio permanece no fogo, onde toda vida está enraizada, e o centrum naturae tem em suas formas ferocidade ou abrasamento. Portanto, é dito: Curve-se, penetre a humildade, e leve uma vida correta. Pois vida é fogo e a imagem da vida, que é a semelhança de Deus, está na luz, ou seja, no fogo do amor; o fogo-luz, contudo, não fornece o centrum naturae. Assim, o demônio ainda pensa que é um senhor maior do que a criatura no fogo-amor. Certamente ele é mais austero; mas ele vive nas trevas e devora a essencialidade adstringente, o que também o torna um inimigo do amor.

16. Devemos reconhecer que o demônio é a causa pela qual o homem foi criado em seu lugar, e que ele é culpado pela queda do homem, embora Adão e sua Eva, não puderam permanecer firme, quando Deus dividiu Adão. Eles estavam, de fato, no Paraíso, onde deviam se alimentar do fruto paradisíaco, de forma angélica. Mas eles não apreciaram isso, porque a árvore do conhecimento do bem e do mal era mais agradável a eles; e Eva, tão logo foi feita, imaginou na árvore da tentação. E embora Adão tenha lhe revelado o mandamento, o desejo estava unicamente direcionado à árvore; pois as essências terrestres ainda não estavam manifestadas em Adão e Eva, eles ainda estavam ligados; ocorreu que eles germinaram o mesmo desejo, pois desejavam ser senhores e mestres. Por aí surgiu a infecção do demônio, através de sua imaginação falsa e ascendente. Ele se colocou na forma de serpente sobre a árvore, oferecendo o fruto à Eva, com o efeito de que este fruto tornaria sábio aquele que o comece. Sim, realmente! Sábio para conhecer o bem e o mal; grande miséria; dois tipos de fonte para reinar em uma criatura. Não havia conhecimento melhor. Ele disse a ela verdade e mentiras, ao mesmo tempo, ela seria sábia e seus olhos seriam abertos. Claro, era o suficiente. Ela percebeu rapidamente que pela fonte terrestre ela havia caído no espírito deste mundo, que estava nua; ela reconheceu seus membros bestiais, adquiriu intestinos no corpo e uma carcaça fedorenta, cheia de pesar e miséria, na angústia e na tribulação, como está explicito no livro “De tribus principiis”. Temos diante de nossos olhos, que tipo de anjos do Paraíso éramos nós, como devemos nos gerar e nos sustentar na angústia, no pesar e na miséria, o que deveria ser feito de forma diferente.

17. Assim, conhecemos suficientemente a queda de Adão e por que ele não podia permanecer no paraíso, o que era o Paraíso, que ainda existe. Mas ele não contém agora o fruto paradisíaco, e nós não temos a natureza e os olhos paradisíacos; nós não o vemos. Pois, Deus amaldiçoou a terra, por causa do homem, a fim de que o paraíso não mais florescesse sobre a terra. Ele se tornou para nós um mistério, e ainda o é; para este mistério partem as almas dos santos, quando o corpo terrestre se separa da alma. Ele está neste mundo e também fora deste mundo, pois a fonte do mundo não o toca. Todo o mundo poderia ter sido como um paraíso, se Adão tivesse permanecido na inocência; mas quando Deus amaldiçoou a terra, o Paraíso desapareceu; pois a maldição de Deus é uma retirada. A Sua retirada não é um recuar, mas um penetrar em outro Princípio, em si mesmo. O Espírito de Deus saiu de Deus para a essência; mas quando esta essência se tornou terrestre, e o demônio, inimigo de Deus, começou a nela habitar, então o Espírito de Deus penetrou o seu próprio Princípio, ou seja, no amor, retirando-se da terrenidade. Ali, isto é apresentado ao homem na luz da vida. Agora, aquele que deseja penetrar o amor de Deus, usa a sua vontade-espírito para atingir o Paraíso. Desta forma, o Paraíso floresce novamente em sua vontade-espírito, e ele passa a receber novamente, em união com sua imagem, a essencialidade celeste, onde reina o Espírito Santo.

18. Que isto seja uma pérola para vós, filhos dos homens; pois este é o verdadeiro fundamento. Aquele que o busca e o encontra tem expressado o seu deleite. É a pérola que permanece oculta no campo, do qual falou o Cristo, que um homem vendeu todos os seus bens e comprou a pérola (Mat. 13 – 45,46).

19. Devemos nos referir ao Querubim, que conduziu Adão e Eva para fora do Paraíso, como o anjo do rigor, o que significa o mutilador da vida terrestre do Paraíso, a fim de que o corpo e a alma se separassem.

20. Sabemos, de fato, que Adão e Eva foram conduzidos para fora de onde se encontrava a árvore da tentação, pois o fruto paradisíaco estava lá; estes eles não mais iriam ver ou comer, pois o que é celeste não pertence ao terrestre. Os animais também foram conduzidos por conta da árvore má; eles não foram capazes de desfrutar do fruto paradisíaco; mas qualquer animal podia comer desta árvore, pois ela era terrestre. Assim, Adão e Eva foram compelidos a deixarem o Paraíso, pois Deus havia, através do espírito do grande mundo, os revestido com as peles das bestas, no lugar da vestimenta celeste e brilhante, e havia pronunciado a eles sentenças com relação ao que deveriam fazer neste mundo, o que deveriam comer e como deveriam conseguir o seu pão com sofrimento e na miséria, até que pudessem retornar à terra, de onde foram, em parte, extraídos.


Para aprofundar seus estudo abaixo o Link do Livro:
Bons Estudos

"A Morte mística é o caminho para a vida Eterna."
Jacob Boehme

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PAX

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Se o amante se lança na chama da vela e não se queima,
ou a vela não é vela ou o homem não é Homem,
Assim o homem que não é enamorado de Deus
e que não faz esforços para o alcançar não é Homem.
Deus é aquele que queima o homem e o aniquila
e nenhuma razão o pode compreender.

Mawlana Rumi - ' Fihi ma fihi'

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Eu não sou do Oriente nem do Ocidente,

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nem material ou etéreo,

nem composto de elementos.

Eu não existo..."


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