"A mitologia germânica é nórdica. A Sabedoria vem do Norte..., o
berço da humanidade está no Norte... A Sabedoria oculta veio do Norte à
Lemúria, e da Lemúria passou à Atlântida." - Samael Aun Weor
Ainda que o Livro Sagrado dos Povos Germânicos, os Eddas Alemão, tenha
seu primeiro registro em língua escrita no século X d.C, a Sabedoria Nórdica
deve ser considerada a raiz do conhecimento esotérico da humanidade.
Um breve olhar acerca dos mitos nórdicos assombra os religiosos e
estudiosos de qualquer latitude, frente ao conteúdo valorativo de suas
narrativas que convergem com os princípios religiosos que vão desde o Egito até
os Cristãos Primitivos. Foram estes últimos que, assombrados com a
transcendência do Mito de Odin registraram os Eddas Poéticos em 1056.
A imagem mais relacionada aos nórdicos é a dos guerreiros Vikings – do
escandinavo, relativo a'vig' - batalha . Estes, moldados pelas tormentas de ar,
pelos mares furiosos e tempestades de gelo, se tornaram os mais hábeis
navegadores de sua época que, somada a característica combativa própria dos
filhos de Odin, resultou em terror para os povos europeus entre os anos de 793
a 1066.
Com seus Navios Dragões, povoaram o nordeste da Rússia, Groelândia,
Islândia e chegaram até mesmo às Américas, dirigidos por Érick o Vermelho, 500
anos antes das navegações portuguesas e espanholas. Estabeleceram reinados
entre os povos germânicos, sendo estes os principais responsáveis pela
transmissão e difusão da Sabedoria Nórdica.
Mas não apenas de guerreiros se compunham os Nórdicos. Certamente,
haviam entre eles os que amavam a terra, a agricultura, a forja dos metais e
que cultuavam outros Deuses como Thor e Freya.
De fato, historiadores contemporâneos atribuem aos Nórdicos grande
responsabilidade na formação da Europa, que vão desde a tecnologia de navegação
à formação estrutural das cidades européias. Os clichês que apresentam os
nórdicos como selvagens e ignorantes não são mais que fruto da imaginação
sensacionalista surgida em meados do século XX e que em muito pouco ou nada
retratam uma realidade.
As raízes da Cultura Nórdica, nas palavras de Samael Aun Weor, se
perdem na noite dos séculos e originam-se da Ilha Sagrada do Norte, a
misteriosa Thule, situada no que hoje é o círculo Polar Ártico. A tradição oral
fez com que a Mitologia Nórdica atravessasse os séculos, sendo uma herança
divina de imenso valor.
A Mitologia Nórdica
Qualquer datação da origem da mitologia nórdica não passará de mera
especulação. Os Eddas são frutos do trabalho arqueológico de monges cristãos
que, buscando recolhimento espiritual nas Terras do Gelo (Ice Land, Islandia),
registraram os poemas épicos dos povoados que estabeleceram assentamento por
aquela região. Portanto é um erro relacionar a data destes documentos à origem
da Sabedoria Nórdica.
Ragnarök, o Apocalipse Nórdico
Nesta Mitologia, também se destaca as narrativas do Ragnarök que
significa literalmente “O destino final dos Deuses”.
O Ragnarök é explicado ou mencionado em vários poemas relacionados ao
Edda poético, em particular no Völuspá, e na parte do Edda em prosa chamada
Gylfaginning. No Ragnarök encontramos a causa da Degeneração Humana e o caminho
que se deve trilhar para recuperar valores humanos e espirituais.
Metafísica Nórdica
Os Nórdicos conheciam as Dimensões Superiores da Natureza. Em sua
Mitologia, nos falam de Nove Mundos ou Dimensões.
Uma das grandes máximas da Sabedoria é que tudo que existe dentro
também existe fora e que tudo que há em cima há embaixo.
Baseado nisto, podemos comprovar que as Dimensões Superiores da
Natureza existem em nosso interior e que para cada dimensão da natureza o homem
possui um corpo ou veículo para nelas se desenvolver.
Os noves Mundos Nórdicos
Asgard
Midgard
Jotunheim
Vanaheim
Alfheim
Musphelhein
Svartalfheim
Nidavellir
Yggdrasil é a Árvore da Vida da Kabala, é a expressão das dimensões
superiores e inferiores da Natureza.
Nas suas raízes, que se espalhavam pelos Nove Mundos, as profundas
estão situadas em Nifheim, os mundos subterrâneos, vivo simbolismo das Regiões
Inferiores da Natureza.
O tronco era Midgard, o mundo físico, o Malkut da Kabala Hebraica.
A parte mais alta, que se dizia tocar o Sol e a Lua, chamava-se Asgard
"A Cidade Dourada", a terra dos Deuses, o Olimpo Grego, e Valhala
("O Salão dos Mortos"), local onde os guerreiros eram recebidos após
terem morrido, com honra, durante as batalhas (a maior batalha que o ser humano
deve travar é contra sua natureza infra-humana: o Ego).
O Mito de Odin, o Sacrifício
pela Sabedoria e as Runas
Desde seu nascimento, Odin sentiu-se ávido por alcançar a sabedoria.
Descobriu que nas raízes de Yggdrasil encontrava-se um poço, custeado pela
cabeça da Deusa Mimir, o qual conferia sabedoria para aqueles que bebessem de
sua água.
Mimir era uma Deusa que havia sido decapitada e impôs a Odin a
condição de sacrificar um de seus olhos, entregando-a, para beber da água do
poço.
Odin não hesita, entrega um de seus olhos para adquirir a sabedoria e
conhece coisas inefáveis, explendores restritos aos ávidos buscadores da
verdade.
O que lhe é dado a conhecer o impele a querer mais: mais conhecimento,
mais sabedoria.
Pendura-se de cabeça para baixo na Árvore Yggdrasil, ato rodeado de um
profundo simbolismo e alcança as sagradas Runas. Segue o texto do Hávamál (As
palavras do Altíssimo), do segundo manuscrito dos Eddas:
“Sei que estive
pendurado naquela árvore que o vento açoita,
balançando-me durante
nove longas noites,
ferido pelo fio de
minha própria espada,
derramando meu sangue
por Odín,
eu mesmo, uma
oferenda a mim mesmo;
atado à árvore
cujas raízes nenhum
homem sabe
para onde se dirigem.
Ninguém me deu de
comer,
ninguém me deu de
beber.
Contemplei o mais
profundo dos abismos,
até que vi as runas.
Com um grito de raiva
agarrei-as,
e depois caí
desfalecido.
Nove terríveis
canções
do glorioso filho de
Bolthor aprendi
e um trago tomei do
glorioso vinho
servido por Odrerir.
Obtive bem-estar
e também sabedoria.
Saltei de uma palavra
a outra palavra,
e de um ato a outro
ato...”
A escrita rúnica é antiquíssima. Os historiadores afirmam que esta
existe há mais de doze mil anos.
“As Runas são a escritura divina. Lembremos que a Swástica é uma Runa.
As letras hebraicas não são mais do que modificações das letras rúnicas.”
Samael AunWeor
A Sabedoria das Runas foi deixada aos homens por Odin, para que
investigassem, para se divinizar e para obter um sábio aconselhamento quando
necessário.
Assim como os Heróis Solares, Odin se submete ao supremo Sacrifício, a
Morte, para entregar à humanidade uma Sabedoria Divina e ressuscita glorioso e
imortal.
À semelhança do Osíris Egípcio, Rei da Região dos Mortos, Odin é o Pai
dos Mortos Gloriosos. Morte, Ressurreição e Sacrifício são três fatores que
estão em substância em toda saga solar. Indicam três fatores inerentes da
transformação do homem vulgar em divino, Rei Glorioso triunfador das terríveis
batalhas, que em um sentido esotérico, fazem alusão à batalha na própria
natureza interna do Homem:
“...ferido pelo fio de minha própria espada, derramando meu sangue por
Odín, eu mesmo, uma oferenda a mim mesmo...”.
De seu trono, estabelecido no Vahala, contempla os nove mundos. É já o
senhor da Sabedoria e da Guerra...
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